Em causa está um estudo realizado pela imobiliária espanhola Solvia, que conclui que a procura por casas novas é e será uma tendência.

07/04/2021

A pandemia da Covid-19 trouxe alterações no mercado imobiliário, mais concretamente no tipo de casas que as pessoas procuram, bem como nas respetivas localizações. Destaque, desde logo, para o aumento da procura de casas novas e/ou recém-construídas. Esta é, de resto, uma das conclusões a retirar do último estudo residencial realizado pela imobiliária espanhola Solvia, que analisa os tipos de compradores que estão a surgir no mercado da construção/obra nova.

A procura por habitações maiores e com espaço exterior, por exemplo, ganhou adeptos, bem como por imóveis localizados nas periferias das grandes cidades, dada a má experiência do confinamento.

Segundo o estudo, “é muito provável que as casas novas sejam muito procuradas nos próximos meses”. “Isto porque são o tipo de casas que melhor se adaptam às características atualmente procuradas: excelentes qualidades, mais eficientes, maiores e mais espaçosas, mais divisões, boa iluminação, áreas exteriores e extras como piscinas, campos desportivos, zona infantil, garagens, arrecadações…”. Os especialistas descartam, de resto, a possibilidade de os preços baixarem nos próximos tempos, antevendo inclusive que possam aumentar. 

O perfil dos compradores também parece estar a mudar com a pandemia da Covid-19, visto que quem antes optava por adquirir imóveis usados está agora interessado em mudar-se para uma casa nova. E mais: os jovens estão mais atentos a este tipo de oportunidades, bem como pessoas que não têm interesse em fazer reabilitações de casas antigas.

Estes são os seis perfis de compradores de casas novas que surgiram com a pandemia, de acordo com a Solvia: 

1 – Jovem casal à procura da primeira casa

A nova construção, antes “virada” para um público mais maduro, “começa a despertar o interesse dos jovens casais que procuram o seu primeiro imóvel”. “A vantagem de poderem trabalhar remotamente, aliada ao fato dos ativos estarem localizados em áreas em desenvolvimento e expansão, bem conectadas, com serviços e onde os preços são bem mais ajustados, estão a contribuir para encarem as casas de construção nova como o ideais para começar uma nova etapa da vida e criar uma família”.

2 – Teletrabalhadores que se querem desconectar da cidade

Com o crescimento do trabalho remoto, muitas pessoas vêm com bons olhos a oportunidade de se mudar para as periferias das cidades e até mesmo para outros municípios ou vilas distantes dos seus locais de trabalho. “Ao contrário do que acontecia antes da pandemia, a localização da empresa deixa de condicionar a escolha na hora de encontrar uma casa. Isso vai permitir que optem por um imóvel recém-construído muito mais adaptado às suas necessidades, onde possam teletrabalhar com conforto e, ao mesmo tempo, desconectarem-se durante o resto do dia”.

3 – Procura por uma segunda habitação

O impulso do teletrabalho também está a fazer com que as segundas habitações sejam consideradas como uma segunda residência para passar grande parte do ano, e não apenas nos fins de semana ou feriados. “Esta mudança de perceção fez com que os critérios de escolha destes imóveis fossem muito mais exigentes, alargando o foco para ativos novos, graças às excelentes oportunidades que este mercado apresenta nas zonas costeiras”.

4 – Os que “fogem” das reabilitações

Outro dos perfis que tem interesse em adquirir uma casa nova diz respeito às pessoas que já não estão dispostas a reabilitar a casa que têm ou a investir num imóvel usado que precise de obras. “Procuram determinadas características habitacionais que até então não tinham, e desejam tê-las o mais rapidamente possível, sendo a construção nova a principal opção”.

5 – Idosos que procuram zonas tranquilas com espaços exteriores seguros

As casas novas e/ou recém-construídas também estão a encontrar candidatos idosos, pessoas que nos últimos meses viveram “uma situação excepcional que limitou muito o seu tempo e os seus hobbies fora de casa”. “O fato de os ativos novos terem qualidades renovadas, áreas comuns ajardinadas e extras como piscinas ou espaços comunitários para exercícios está a fazer com que encarem seriamente a sua aquisição. Ainda mais se tivermos em conta que a grande maioria destes imóveis está localizada em áreas mais calmas, com menor densidade populacional e com maior acesso a ‘espaços’ naturais”.

6 – Mais investidores individuais

Num momento de incertezas, e com as taxas de juros em mínimos históricos, a habitação voltou a ser vista como um porto seguro e como uma boa alternativa de investimento. O estudo da Solvia destaca, nesse sentido, que apesar “da procura por rentabilidade ter sempre estado intimamente ligada aos imóveis usados, agora, com o crescimento da procura por novas construções, o investidor privado está a olhar para este mercado como uma oportunidade de obter benefícios”. As melhores áreas para investir serão bairros com preços acessíveis, muita procura de arrendamento e boa comunicação e serviços. Ou seja: centros de negócios, áreas universitárias, subúrbios e cidades/localidades dormitório.

 

Fonte: Idealista News